sábado, 4 de maio de 2013

Oi Futuro apresenta mostra sobre ‘Jean-Luc Godard’

Exposição no centro cultural do Flamengo enfatiza a produção das últimas três décadas de cineasta franco-suíço· Obra do diretor de “Acossado” e um dos principais nomes da Nouvelle Vague é tema de retrospectiva no centro cultural de Ipanema.
A mostra Expo(r)Godard será apresentada no Oi Futuro no Flamengo a partir de 7 de maio, com ênfase na produção das três últimas décadas – período com o qual o público brasileiro está menos familiarizado – da carreira do mais importante nome da Nouvelle Vague, movimento que mudou o cinema mundial a partir do final dos anos 50. Com patrocínio da Oi e apoio cultural do Oi Futuro, a exposição brasileira é realizada pela MP2 Produções.
Pela primeira vez, o público brasileiro terá contato com um perfil mais completo de um dos maiores cineasta do nosso tempo: Jean-Luc Godard. Exposição, mostra, ciclo de palestras, performances apresentarão as diversas faces de um mesmo artista – sempre diante do desafio, apresentado pelo próprio realizador, de transpor a imagem audiovisual das salas de cinema para o espaço do museu.
A Expo (r) Godard vai ocupar todo o espaço do Centro Cultural do Oi Futuro com grandes projeções, totens interativos e uma mesa-vitrine com um livro confeccionado manualmente pelo próprio diretor e uma edição rara da revista Cahiers Du Cinéma nº 300, inteiramente concebida por Godard. A Expo(r)Godardtem como curadores Dominique Païni e Anne Marquez, colaboradores do Centro Pompidou, em Paris. Païni trabalhou com Godard na concepção da mostra parisiense, da qual também foi curador. “Godard é sempre uma referência, um dos mais inquietos criadores contemporâneos. Com esse projeto, o Oi Futuro busca mostrar a complexidade de sua obra como nunca foi exibida na América Latina”, afirma Roberto Guimarães, diretor de Cultura do Oi Futuro.
Organizada a partir de grandes temas, tais como o olhar autoral de Godard, a “pirataria” de imagens e a experimentação no cinema utilizando suportes diversos, a mostra compreende ainda uma retrospectiva da filmografia de Godard, que será exibida no Oi Futuro em Ipanema. Também estão previstos o lançamento de um catálogo sobre a exposição e um ciclo de palestras sobre o cineasta, para discutir o lugar e o sentido das imagens na era da internet e os novos modos de produção e difusão do cinema.
Entre os convidados brasileiros para as palestras, estão o teórico Ismail Xavier, o professor do curso de cinema da UFF José Carlos Monteiro, o professor do Departamento de Filosofia da UFF Patrick Pessoa e o advogado Rodrigo Borges Carneiro, especialista em propriedade intelectual. As palestras privilegiarão novos olhares e relações entre a obra de Godard e temas como as novas tecnologias e os direitos autorais. Estão confirmados ainda os palestrantes estrangeirosDominique Païni e Michael Witt. 
Godard e as múltiplas possibilidades do cinema 
Para Anne Marquez, a obra de Godard pode ser vista como um grande processo multimídia, feito de colagens, livros, CDs e ensaios em constante evolução – cuja mais completa expressão sem dúvida se daria, segundo ela, com as “História(s) do cinema”, uma série de vídeos concebidos para a TV que farão parte da exposição. Os documentários que compõem as “História(s)” mostram como o cinema, para Godard, começa com uma folha de papel e um lápis – ou a partir da relação entre duas imagens que produzirão uma centelha.
Dominique Païni lembra outro elemento essencial nos filmes de Godard: “Fala-se muito da imagem quando se fala em Godard, mas o som não é menos essencial em sua obra. Aliás, segundo ele, todo filme deveria ser visto três vezes: uma só para ouvir o som, outra só para as imagens e uma terceira para juntar os dois”. Païni adianta que, na exposição, será possível assistir às imagens de Godard, mas será também possível ouvir os sons de forma isolada. Ou consultar os trabalhos que produziu, nos quais o cineasta desenvolve a sua concepção do cinema.
Da Nouvelle Vague à “Je vous salue Marie” 
Nascido em 3 de dezembro de 1930, de uma família franco-suíça (naturalizou-se suíço na Segunda Guerra Mundial), Jean-Luc Godard começou sua carreira no cinema como crítico, fundando em 1950 a “Gazette du cinéma” com Jacques Rivette e Eric Rohmer – que, como ele, também mais tarde se tornariam cineastas – e assinando artigos com o pseudônimo de Hans Lucas.

Em 1952, Godard passou a escrever para a “Cahiers du Cinéma”, revista que tornou-se a bíblia da Nouvelle Vague. Depois de rodar seus primeiros filmes no fim da década de 50, ganhou fama com “Acossado”, sucesso de público e crítica de 1960 que lançou para o estrelato Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg. Seguiram-se outros marcos do gênero, como “Uma Mulher é uma Mulher” (1961), “Viver a Vida” (1962), “Alphaville” e “O Demônio das Onze Horas” (1965). Com “A chinesa” (1967), ele se aproximou das teorias maoístas que inspiraram as revoltas em Paris em março de 1968.

Em 1986, um filme de Godard, “Je Vous Salue Marie”, foi censurado no Brasil, pelo governo José Sarney, a pedido da Igreja Católica, que não concordava com a adaptação da história da Virgem Maria em que ela se transformava na estudante namorada de um taxista e aparecia nua. Foi um choque na credibilidade democrática do primeiro governo civil do país após o fim do Regime Militar, num episódio repudiado por artistas brasileiros e criticado no sucesso “Selvagem”, dos Paralamas do Sucesso.

Apesar dos seus mais de 80 anos, Godard se encontra em plena atividade e segue experimentando novas possibilidades tecnológicas. Atualmente, o cineasta finaliza seu último longa em 3D, que deverá ser apresentado no Festival de Cannes.

Sobre o Oi Futuro 

O Oi Futuro é o instituto de responsabilidade social da Oi, que emprega novas tecnologias de comunicação e informação no desenvolvimento de projetos de educação, cultura, esporte, meio ambiente e desenvolvimento social. Desde 2001, suas ações visam democratizar o acesso ao conhecimento e reduzir distâncias geográficas e sociais, com especial atenção à população jovem.

Na educação, os programas NAVE e Oi Kabum! usam as tecnologias da informação e da comunicação, capacitando jovens para profissões na área digital, fornecendo conteúdo pedagógico para a formação de educadores da rede pública, e fomentando o desenvolvimento de modelos inovadores. Já na área cultural, o Oi Futuro mantém dois espaços culturais no Rio de Janeiro (RJ) e um em Belo Horizonte (MG), com programação nacional e internacional de qualidade reconhecida e apreços acessíveis, além do Museu das Telecomunicações nas duas cidades.
O esporte é apoiado através de projetos aprovados pelas Leis de Incentivo ao Esporte, tendo sido a Oi a primeira companhia de telecomunicações a apostar nos projetos socioeducativos inseridos na Lei Federal. O programa Oi Novos Brasis completa seu escopo de atuação, reafirmando o compromisso do Instituto no campo da sustentabilidade, com o apoio e o desenvolvimento de parcerias com organizações sem fins lucrativos para a viabilização de ideias inovadoras que utilizem a tecnologia da informação e comunicação para acelerar o desenvolvimento humano.

Serviço:

EXPO(r)GODARD – Viagens em utopia
De 7 de maio a 07 de julho
Oi Futuro no Flamengo
Exposição
Rua Dois de Dezembro, 63 – Tel. 3131-3060
Horário de funcionamento: terça a domingo, das 11h às 20h.
Entrada Franca
Conferências
13-17 de maio e 20-24 de maio
10-14 de junho e 17-21 de junho
Oi Futuro em Ipanema
Mostra retrospectiva do cinema de Godard
1º Ciclo: de 7 a 11 de maio
2º Ciclo: de 27 de maio a 01 de junho
Sessões às 18h e 20h
Rua Visconde de Pirajá, 54 – 3º andar – Tel. 3131-9333
Horário de funcionamento: terça a domingo das 13h às 21h.
Bilheteria: terça a sexta, das 15h às 21; sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h.


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