O Cinema Iraniano é lindo, poético, simbólico e com um engajamento
político-social muito marcante. Com filmes gravados na clandestinidade e
em 17 dias (Ninguém Sabe dos Gatos Persas), diretora filmando seu
primeiro documentário com 14 anos (Hana Makhmalbaf/ Alegria da Loucura),
bomba caindo no meio da gravação e ferindo 6 atores (Cavalo de Duas
Pernas/ 2008) e a exploração corajosa, no contexto iraniano, da temática
LGBT (Circunstância /2011) fazem do cinema Iraniano um cinema que
precisa ser visto, revisto e apreciado.
Elaborei esta lista da forma mais didática possível. Ela não é um top
10, apesar de contar com alguns do meu top 10, mas uma porta de entrada
para o mundo Cinematográfico Iraniano. Outra coisa legal, é que a
maioria dos filmes está disponível no youtube e com legendas em
português. Então, vamos a lista.
O Círculo (2000) – Direção: Jafar Panahi
Três mulheres acabam de receber indultos para deixar a prisão. As
perspectivas, porém, são piores. Mesmo em liberdade, elas se sentem em
uma grande prisão, com os direitos reduzidos e em um ambiente opressivo e
sexista.
A Separação (2011) – Direção: Asghar Farhadi
Simin e seu marido Nader, estão se preparando para deixar o Irã, com a
filha Termeh. Mas Nader, preocupado com seu pai, que sofre de
Alzheimer, acaba desistindo da viagem. Decepcionada, Simin, entra com
pedido de divórcio, que é negado pela vara de família. Ainda assim, ela
decide sair de casa, deixando Termeh, para trás. Sem conseguir lidar com
todas essas mudanças, Nader, contrata a jovem Razieh, para cuidar de
seu pai doente. Grávida, a moça está trabalhando escondida do marido.
Ganhador do Oscar (2012) e do Globo de ouro (2012) na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Filhos do Paraíso (1997) – Direção: Majid Majidi
Ali (Amir Farrokh Hashemian), um menino de 9 anos, perde o único par
de sapatos que sua irmã tinha. Para evitar brigas com seus pais, ele
passa a dividir seu própio par com sua irmã. Indicado ao Oscar (1999) de
Melhor Filme Estrangeiro.
E Buda Desabou de Vergonha (2007) – Direção: Hana Makhmalbaf
Baktay tem seis anos e vive com sua família em Bamian, cidade em que
tesouros da cultura local, como as estátuas de Buda, foram destruídas
pelos talibãs. Instigada por seu vizinho que já sabe ler, ela faz de
tudo para poder estudar em uma escola para meninas que abre do outro
lado do rio. Quando segue para a escola, no caminho encontra um grupo de
garotos acostumados a brincadeiras de guerra, que resolvem prendê-la.
Tartarugas Podem Voar (2004) – Direção: Bahman Ghobadi
Em uma vila de curdos no Iraque, na fronteira entre o Irã e a
Turquia, pouco antes do ataque americano contra o Iraque, os moradores
buscam desesperadamente uma antena parabólica para poder ter notícias
via satélite. Um garoto mutilado que vem de outra vila com sua irmã e
filho, prevê que a guerra esta cada vez mais perto.
A Maçã (1998) – Direção: Samira Makhmalbaf
Mulher cega e seu marido matêm as filhas gêmeas presas, seguindo
vagos preceitos do Alcorão. As meninas são soltas, após 11 anos em
cativeiro, e têm que descobrir o mundo com olhos infantis que nunca
conheceram nada além dos muros da sua casa.
Baseado em fatos reais.
O Silêncio (1998) – Direção: Mohsen Makhmalbaf
Numa aldeia na fronteira entre o Irã e o Tadjiquistão, menino cego
desenvolve um ouvido aguçado para construir o mundo que não consegue
enxergar, através dos sons.
Ninguém Sabe dos Gatos Persas* (2009) – Direção: Bahman Ghobadi
Recém-saídos da prisão, dois jovens músicos, um homem e uma mulher,
decidem formar uma banda. Juntos, eles andam pelo submundo de Teerã à
procura de outros instrumentistas. Proibidos pelas autoridades de
tocarem no Irã, eles planejam fugir de sua existência clandestina e
sonham em tocar na Europa. Porém, sem dinheiro e sem passaportes, nada
será tão fácil.
* O nome do filme se refere a uma lei (real) do país
que proíbe o passeio em público com cães e gatos, se referindo assim a
toda a rigidez do regime vigente no Irã, que também afeta as
manifestações artísticas.
A Vaca (1969) – Direção: Dariush Mehrjui
Hassan vive em uma vila no Irã, e é profundamente apegado à sua vaca,
a única da vila. Um dia, quando vai para Teerã, sua vaca morre, o que
causa uma enorme preocupação aos demais moradores, que não imaginam o
que pode acontecer se Hassan descobrir o ocorrido.
Onde Fica a Casa do Meu Amigo? (1987) – Direção: Abbas Kiarostami
Primeiro filme da Trilogia de Koker (Vida e Nada Mais-1992/Através
das Oliveiras-1994) conta a história do garoto Ahmad, que ao fazer seu
dever de casa, percebe que pegou o caderno de seu amigo por engano.
Sabendo que o professor exige que as tarefas sejam feitas no caderno,
escapa das vistas de sua mãe e parte em busca do colega. Ele vai até uma
vila nos arredores com o intuito de encontrá-lo para devolver o
caderno. Chegando lá, encontra-se com diversos moradores e vivencia o
dia-a-dia de cada um num ritmo lento e extremamente real.
Fonte:
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