Brasil-Suécia, final da Copa do Mundo, 10 minutos do segundo tempo. Pelé
dá um lençol antológico para se livrar de dois marcadores marca o
terceiro gol da vitória por 5 a 2 que dá o primeiro título mundial à
seleção brasileira.
Esta é uma das cenas reproduzidas em "Pelé - O nascimento de uma lenda"
("Pele, The birth of a legend", no original), uma produção americana
que retrata os primeiros anos de vida de Edson Arantes do Nascimento,
maior jogador de futebol todos os tempos.
A pouco mais de seis meses da Copa do Mundo de 2014, que será disputada
no Brasil, o longa está sendo gravado no Rio de Janeiro.
As gravações acontecem 55 anos depois e o cenário não é o estádio
Rasunda de Solna, na Suécia, mas a magia do cinema consegue levar os
saudosos da época áurea do Rei em uma viagem no tempo.
Placas publicitárias em preto e branco foram colocadas ao redor do
estádio Edson Passos, do América, clube que já foi um dos grandes do
futebol carioca. Os jogadores-atores vestem uniformes de época, com
chuteiras pretas e cadarços brancos.
"O filme conta os obstáculos, a dor, os desafios e erros e percalços
vividos por teste jovem no seu caminho rumo à glória", explicou à AFP o
americano Michael Zimbalist, que assinou o roteiro e dirige o filme ao
lado do irmão Jeff.
O longa, que tem seu desfecho na consagração do título de 1958, ainda
não tem data de estreia marcada e a produção não quis dar detalhes sobre
este assunto.
Hoje com 72 anos, Pelé tem participação ativa no filme, como produtor executivo, ao lado e Paul Kemsley e da Exclusive Media.
Os irmãos Zimbalist escreveram o roteiro com base em histórias contadas
pelo próprio Pelé, dando a sensação que a história está sendo contada
na primeira pessoa.
"Pelé nos ajudou muito na concepção da história", indicou Michael, que garante que o Rei não censurou nenhuma parte do roteiro.
"Em nenhum momento houve a intenção de fazer um filme leviano. Isso era
claro desde o início. Não acho que Pelé esteja inibido na hora de falar
sobre coisas negativas", acrescentou.
Depois de 1958, Pelé conquistou outras duas Copa do Mundo, em 1962, no
Chile, e em 1970, no México, e marcou mais de 1.200 gols em sua
carreira. Em 2000, a Fifa o consagrou como melhor jogador do século XX e
um ano antes do Comitê Olímpico Internacional (COI) lhe deu o título de
Atleta do Século.
Nada menos de 400 jovens foram testados para o papel do Rei do futebol,
e apenas dois foram selecionados. Leonardo Lima interpreta o ex-craque
com dez anos de idade e Kevin de Paula dos 13 aos 17.
"Com, ambos, houve algo mágico. Eles se sentiram bem desde o primeiro
dia e foram além das nossas expectativas", conta Zimbalist.
Kevin de Paula não é ator de profissão, mas jogador de futebol. O jovem
de 18 anos é volante do Tigres, da segunda divisão do Campeonato
Carioca.
Na frente da câmera, ele dribla, dá lençóis e chuta com categoria. A
coreografia sai com facilidade, mesmo precisando repeti-la várias vezes
para que seja captada por todos os ângulos da câmera.
Na pausa entre duas gravações, a produção aproveita para dar alguns
retoques na maquiagem e no penteado afro do Pelé de Hollywood. Os Pelés
de Hollywood só não podem dar entrevistas.
O elenco também conta com atores consagrados como Rodrigo Santoro, que
também é produtor associado. O cantor Seu Jorge será o pai de Pelé,
Dondinho, na telona. O mexicano Diego Boneta, o irlandês Colm Meaney e o
americano Vincent D'Onofrio dão um toque mais internacional ao casting
do filme.
Já Mailson Moura espera que sua interpretação do zagueiro Mauro Ramos poderá dar um "empurrão" na sua carreira.
"É muito difícil imitar pessoas que têm magia nos pés. Assisti a vários
vídeos, vi livros. Não é fácil, mas fazemos o possível", declarou por
sua vez Felipe Simas, que tem o papel do também ex-craque Mané
Garrincha, parceiro de Pelé nas conquistas de 1958 e 1962, falecido em
1983.
Ainda falta gravar algumas cenas do jogo contra a Suécia e já tem
jogadores com uniformes de outros times esperando no set. O dia promete
ser longo.
Deveria constatar que ele recusou assumir o filho.
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